Como ajudar um dependente químico

“Posso parar quando eu quiser”. Para algumas famílias, esta é a frase mais ouvida quando há uma tentativa de convencer um ente querido de que ele precisa fazer um tratamento para a dependência química. E aí vem uma grande dúvida: como convencer uma pessoa de que ele precisa de tratamento?
Para o psicólogo Marcelo Parazzi, da Clínica Terapêutica Viva, a primeira coisa que a família precisa ter em mente é uma abordagem carinhosa, ou seja, sem agredir o dependente químico, pois agressões físicas ou verbais só prejudicam na hora de conversar. “É interessante que a conversa aconteça após a pessoa ter conseguido minimamente repousar e, se possível, não estar sobre efeito de alguma substância psicoativa.”
Quando um dependente percebe que o familiar está sendo amigável e que tem a intenção de ajudar fica mais fácil abordar sobre o tratamento. “A família pode demonstrar para a pessoa algumas perdas presentes na vida dela depois das drogas, assim como os ganhos que poderão surgir a partir do tratamento. Em vez de acusações, usar frases ou citar situações que faça a pessoa refletir sobre seus atos e dê espaço para ela falar também”, afirma Parazzi.
Mas e quando já houve várias tentativas de conversar amigavelmente e não foi possível convencer o dependente químico? Parazzi explica que deve ser considerada a gravidade do caso. “É imprescindível ter ao lado da família um profissional que possa avaliar o caso, para ajudar nas orientações e nas tomadas de decisões. Levamos em consideração o nível de dependência de cada paciente para indicar o melhor tratamento. Em alguns casos, quando o nível de dependência é grave, a família pode optar pela internação involuntária”. 

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