Quando o Vício do Crack leva ao Crime


Uma triste realidade!

Paulo, nome fictício, vive na linha férrea há cinco meses e chega a usar mais de 10 pedras de crack por dia. Aos 25 anos, ele já perdeu as contas de quantas vezes partiu e voltou para o lugar, entrou e saiu de clínicas de reabilitação, pediu desculpas e depois desapontou sua família e amigos. 

Atualmente, ele decidiu parar de dar notícias e viver o crack da linha férrea, até os mais tristes limites. Assim, passa os dias por lá, embaixo das árvores da quadra que era para ser de basquete, mas é moradia de usuários.

Para manter seu vício, usar mais de 10 pedras diariamente e fazer umas poucas refeições, ele conta que já chegou a gastar R$ 1,5 mil a cada quatro dias.

Cada pedra de crack é vendida a R$ 10 no Centro, logo, Paulo gasta, no mínimo, R$ 100 diários quando consegue parar nas 10 pedras. Situação que ele admite ser rara. “Acabo fumando mais que 10, principalmente à noite”.

Hoje, ele que já trabalhou no ramo de construção civil, não tem emprego. Quando questionado sobre a origem do dinheiro que usa para sustentar o vício, abaixa a cabeça, e fica em silêncio.

Paulo é conhecido dos meios policiais. Os policiais militares que acompanharam a reportagem em visita à linha férrea contam que ele já foi levado ao Plantão Policial diversas vezes por furto e roubo e que não é o único.
Tanto a Polícia Militar quanto a Civil estão em alerta com o crescimento no número de furtos e de roubos a transeuntes na cidade . Segundo levantamento do BOM DIA com base em dados da Secretaria de Segurança Pública, se a média de furtos registrados em Bauru neste ano continuar a mesma – cerca de 494 ocorrências por mês ou 16 por dia – poderemos ter o maior número de furtos já registrados nos últimos quatro anos.

O número de roubos a transeuntes cresceu em 15% de um ano a outro. No Centro, as ocorrências preocupam tanto que no último mês a PM iniciou a operação “Centro Seguro”, que levou mais policiais ao coração da cidade, com o objetivo de afastar o crime que a PM garante vir do vício. 

Celulares estão entre os itens mais visados pelos usuários, que trocam facilmente o aparelho por droga. O círculo criminoso dos viciados que vivem na linha férrea é ir até o Centro para praticar furtos e roubos, trocar o que foi roubado com pequenos traficantes na praça Ruy Barbosa ou em favelas próximas e voltar à linha. 

O tenente coronel Nelson Garcia Filho, comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar de Bauru, explica que a polícia age na intenção tanto de combater a ação dos traficantes quanto na de combater os crimes praticados pelos usuários. Como um desabafo, entretanto, ele esclarece que a polícia não pode trabalhar sozinha e, em relação aos usuários, fica de mãos atadas. “Esse problema deve ser tratado com a união de todos os setores do poder público e da sociedade”, diz. 

Desafio social/ Além dos pequenos crimes, o dia a dia policial tem mostrado que o vício também é responsável por crimes de maior violência.

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