uma história de superação



Sou Rodrigo Costa Santos, nasci na cidade do Rio de Janeiro-RJ, no dia 21 de março de 1982. Uma criança saudável, bem cuidada e muito amada por meus parentes, especialmente por meus pais. 
Aos dez anos de idade mudei para Alfenas, cidade universitária localizada no sul do estado de Minas Gerais. Na época, no ano de 1992, uma cidade pacata e acolhedora. Ambiente favorável para o desenvolvimento de uma criança próximo a alcançar a adolescência. No entanto, o que parecia perfeito, acabou se transformando em um grande pesadelo que, na verdade, permaneceu durante anos e longe de se ter um fim.  
Aos treze, ingressei no mundo das drogas e, a cada dia, a situação foi piorando gradativamente. Comecei fumando maconha e bebendo cerveja. Na época nutria um grande sentimento de inferioridade, o que fez com que eu procurasse a presença daqueles “amigos” que eram mais respeitados. “Estando com eles com certeza eu também serei respeitado”, pensava. Quem eram eles? Justamente aqueles que consumiam drogas e praticavam pequenos delitos pela cidade.
Em questão de pouco tempo, cerca de mais um ano, conheci a cocaína. Após ter recebido um único convite, estando alcoolizado, com o poder de decisão afetado, ingressei no mundo da dependência química.
Aos 15 de idade conheci o que seria minha completa ruína, o crack. Permaneci durante anos na presença de falsos amigos, perdi bens materiais, virei um criminoso, perdi a liberdade e, por muito pouco, não perdi a família e a própria vida.
Foram dezesseis anos trilhando sutilmente pelo desconhecido. Oito anos atrás das grades. Tudo fruto de uma maldita curiosidade negativa que me levou ao fracasso. Uma curiosidade destrutiva que afeta a maioria das pessoas do planeta, principalmente na fase da juventude. Se pelo menos fosse uma curiosidade positiva, hoje minha história seria outra, mas não me arrependo de tudo que aprendi, apenas busco melhorar minha condição um dia de cada vez.
Por meio de um tratamento em um centro terapêutico, o qual teve seu início através de uma situação onde fui resgatado involuntariamente e, posteriormente, após seis meses, continuando o mesmo tratamento, no mesmo local, de maneira voluntária, permaneci durante dois anos e nove meses buscando minha recuperação. Foi um período difícil, mas com muita determinação e a vontade de ser alguém melhor, continuei até quando pude. Nesse período me tornei membro de Narcóticos Anônimos e passei a ter o desejo de encontrar uma nova maneira de viver. Enquanto frequentava as reuniões dessa irmandade, observava o olhar de cada membro e pensava: “o que essas pessoas têm de diferente de mim que elas conseguem ficar sem drogas e eu não consigo?” Respondi a mim mesmo: “nada. Somos todos iguais e se elas conseguem também vou conseguir”. A partir desse simples raciocínio fiquei limpo.
Comecei a sentir prazer nas pequenas coisas que a vida tem a oferecer, principalmente o prazer de ajudar alguém.  
Escrevi um livro chamado Segunda chance, uma história emocionante que transmite a realidade vivida por grande parte da população brasileira e mundial. Uma realidade que muitos fazem questão de não ver: a dependência químicaa destruição individual e coletiva causada pelas drogas. Um tema que, para se escrever a respeito, é necessário muito conhecimento e, além disso, muita experiência. Uma experiência “vivida na pele”, o que transmito claramente detalhada. Além disso, no decorrer da história, alertas e conselhos servem de aprendizado para nos abstermos deste mundo tão obscuro: o mundo das drogas; um mundo que está atraindo cada vez mais pessoas e, aos poucos, transformando-as em verdadeiros “zumbis ambulantes”. 
Hoje sou filho, irmão, pai, companheiro, qualidades que com o tempo sem consumir drogas foram resgatadas. Uma nova pessoa, um novo ser, uma mudança completa de comportamento, uma nova vida, uma segunda chance.    

Rodrigo  está a 4 anos 1 mês 20 dias e algumas horas limpo mais como sabemos o importante é o dia de hoje.
Que possamos todos nós acreditar na recuperação e lembrar que é sim possível viver sem drogas.

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