A Convivência com um Dependente Químico em Recuperação

O dependente químico tem uma oscila de humor muito grande, percebo isso não só dentro de casa como nos grupos que frequentei e frequento.
Lidar com isso não é muito fácil, será fácil se buscarmos ajuda, se nós familiares nos tratarmos.
Mais hoje quero falar especificamente sobre o meu DQ em casa:
Resumindo: Não moro com meu DQ desde 2012(descobri o uso, ele não assumiu, não aceitou ajuda, fechei a porta de casa literalmente, em 2013 foi para uma CT, ficou morando com amigos até dezembro 2014, onde neste período eu só vinha visitar(e ai o convívio não é tão ruim). Em janeiro de 2015 nova internação, resolvi mudar de vida radicalmente, vim para a cidade que ele mora para também tentar ajuda-lo e então numa visita ele me informou que cotava comigo, ok, achei bom porque ele sabe o quanto sou "chata". SAIBA MAIS SOBRE NOSSA HISTÓRIA.

No período de Julho a Outubro(quando ele terminaria seu tratamento), fiz planos , afinal, iriamos morar junto novamente, novamente a família unida, um verdadeiro recomeçar, sabia que não seria muito fácil, mais sinceramente não pensei que seria tão difícil...
Organizei minha casa para que ele se sentisse bem dentro dela...

Pensei assim: ele é disciplinado, organizado e eu sou a bagunceira da cabeça, fiquei me trabalhando nisso...
Também fiquei pensando como seria com as gurias, porque ele não era quieto neste campo, sempre cheio de meninas , mais ao mesmo tempo pensei, ah ele me dizendo que horas vai com quem vai saberei mais menos como ele estará.... E é aí que começa as minhas dificuldades...

Surgiu uma ex namorada dele que até então parecia tranquila, mais aí ela vinha pra minha casa chorar que ninguém queria q ela ficasse com meu filho, bom liguei o alerta, deve ter algo de errado aí ( eu mãe quando corre atras é,pior que detetive), descobri algumas mentiras e fui conversar com ela, bom, tempestade armada (porque eu odeio que mintam pra mim, achando que eu não sei, ou que vão me tirar pra burra), bom ela se fez de vítima de novo e aí um assunto que era meu, dela e da minha filha já chegou até o meu DQ...
Isso era um sábado meio dia, crise instalada!E como eu já havia falado mais acima , sou chata e também bem explosiva

Bom, desde o dia 14 nossa convivência não é a mesma, minha filha que estava aqui, resolveu voltar pra nossa cidade porque ela já não estava muito bem aqui(estava com dificuldades para se adaptar) e ai viu irmão dela ir contra a família por causa de uma guria. Ele decidiu ficar mais lá na casa da namorada que na nossa, mudança de comportamento dentro de casa...
Não teve como a gente ter uma conversa amigável pois ele acha que está com a razão e eu em partes também acho que estou com a razão.
Conversei com algumas pessoas, busquei ajuda com grupo  de codependentes que eu tenho no wats, refleti muito, analisei e vi onde eu estava errando e é por isso a importância deste post.
Cada vez que ele vinha em casa eu reclamava das roupas sujas no quarto pra lavar, que ele não tava nem ai etc etc

Então refletindo eu vi que eu que estava facilitando ele na zona de conforto dele, as regras devem ser aplicadas, porém não podemos ter medo de falar , se é tem que ser, quem quer aceita quem não quer procure o seu canto.

Ah, é fácil? Eu achava que sim porque como sempre dizia, já mandei embora uma vez, não tem mais problema
Porém o que eu percebi com isso, que eu estava agindo "cheia de dedos" porque eu não queria que ele se mudasse(mais já está praticamente morando em outra casa) e também porque eu não queria ouvir que eu coloquei pressão e aí ele não aguentou e usou novamente
OPA!!! STOP!!
Como assim? eu esteva dando importância para uma culpa que não seria minha, pois só queria a atenção(conversar com tempo, ter o nosso tempo de mãe e filho juntos, resgatar um relacionamento que sempre foi muito difícil)  e só porque queria q a ordem da casa fosse mantida? e aí fiquei me segurando, mais tá errado gente!
Não podemos nos deixar nas mãos de nossos especiais, não temos que nos culpar por um possível uso e nem ficar com medo que sejamos usadas como desculpa para que busquem a droga.
Eles aprendem no tratamento a valorização da família, a disciplina e porque então vamos ficar "cheia de dedos"
Sempre deixei bem claro aqui a importância de buscar o tratamento para o familiar, sempre frequentei as reuniões de Amor Exigente mais confesso que agora que realmente preciso colocar em prática errei em algumas coisas
Mais...graças a Deus sempre nos é dado um novo dia para que possamos recomeçar e a palavra de ordem é ATITUDE, NADA MUDA SE EU NÃO MUDAR!


Uma coisa é muito certa e aí não temos que ter medo, se o nosso DQ realmente está em recuperação ele aceitará as regras da família, ele buscará entender, buscará o bem estar de todos.
A que conclusão quero chegar: REFLITAM, MEDITEM DIARIAMENTE nas suas atitudes, trate a sua codependencia, cuide de você em primeiro lugar, BUSQUE AJUDA e pratique esta ajuda que receber.

É fácil? Se a gente realmente quiser e tiver a certeza do que estamos fazendo se torna fácil, basta a gente querer
E amanhã tem mais....Agora farei um diário sobre a nossa convivência, sobre a convivência com um DQ e humildemente espero ajudar....




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