Mais uma morte por causa das drogas (álcool)


O álcool mata todos os anos 3,3 milhões de pessoas em todo o mundo, número que representa 5,9% das mortes. Os dados da OMS, mostram que o consumo por pessoa de bebida em 2016, chegou no Brasil a 8,9 litros, superando os números internacionais que foram 6,4 litros.

Olhando esses números eles assustam e quando essa realidade bate a sua porta é muito mais assustar.
Passamos por isso nas últimas semanas. Meus filhos, são filhos de pais separados e o pai não teve o hábito de procurá-los e ou visitá-los, nos meus mais de 12 anos de separação foram raros os momentos que eles tiveram com o pai. Meu ex marido era alcoólatra, no tempo que fomos casados (12anos) ele bebia mas até então no entendimento da grande maioria das pessoas ele bebia socialmente (e ele bebia todos os dias, não era grandes quantidades, mas era diariamente).
Depois que nos separamos perdi contato com ele, quando eu sabia algo era porque minha filha havia procurado por ele e me contava alguma coisa. O uso de álcool por ele foi aumentando e nem sabíamos que ele estava bebendo muito.
Há algum tempo atrás minha filha ficou sabendo que ele estava com cirrose, ficou assustada, visitou ele no hospital, falou pra ele se cuidar, houve promessas  mas o tempo passou e ele seguiu a vida dele (bebendo claro) e ela sem saber notícias dele. Agora no dia dos pais ela foi saber por onde ele andava e a notícia foi de que ele esta internado novamente. Ele foi visitá-lo e descobriu que ele estava muito mal.
Foram quase duas semanas bem intensas dela com ele no hospital, a progressão da doença foi muito rápida, o fígado já estava muito debilitado e também havia um tumor. Minha filha viu de perto, diariamente, o pai dele falecendo aos poucos. Cada dia era uma notícia, cada dia ela via que a situação piorava e que uma melhoria ficava cada vez mais distante. Muito, muito triste mesmo ver um ser humano se deixar levar pelas drogas. Nós nunca lemos muito sobre o álcool, meu foco, sempre foi a cocaína, pois é a droga de preferência do meu filho. Mas em menos de duas semanas aprendi muito sobre o álcool e fiquei muito apavorada com as consequências deste uso.
Todos nós sabemos que o álcool é uma das portas de entrada para outras drogas, até combatemos o álcool mas precisamos de mais campanhas para banir o álcool da sociedade.
Aquela velha história do beber socialmente pode não existir e na verdade não existe para a grande maioria das pessoas que fazem uso do álcool.
Eu confesso, que fiquei muito impressionada com a devassidão que esta droga faz no organismo, com a rapidez que a pessoa vai deixando a vida, realmente muito triste, muito dolorido.
Meu filho que não tinha contato com o pai veio para cá e ficou sabendo de tudo (com detalhes) da doença e da progressão da mesma em poucos dias. Foi difícil pra ele, muito difícil, não só por ser o pai dele e sim porque naquele momento era um igual a ele e mesmo que ele saiba que a droga leva a morte, mesmo que ele tenha ficado sabendo de algum conhecido que morreu devido ao uso de drogas, agora tudo estava acontecendo muitíssimo próximo dele.
Percebi que ele ficou muito atento a tudo que ouvia, percebi o quanto ele ficou reflexivo, o quanto ele foi forte para poder fazer os tramites para o sepultamento, o quanto foi forte para ampara as irmãs, a avó e a tia.
Acredito que além de os dias terem sido muito difíceis foram também de aprendizado para todos e eu espero que em especial, o meu filho, tenha tirado este fato como lição para que ele busque a cada dia ficar longe das drogas, é como eu falei pra ele, Deus está de dando mais uma oportunidade para que
você acorde e fique longe das drogas.
Eu fiquei bem chocada com a situação, vi um outro homem num leito de hospital, percebi muito de perto que aquela realidade poderia ser com meu filho e isso me deixou muito mal, mexeu muito comigo (apesar de saber que este é um dos caminhos para quem segue no mundo das drogas). Tive uma misturas de sentimentos, tanto por ele quanto pela situação do meu filho. Orei (e sigo orando) muito para que tudo se encaminhasse da melhor forma possível e para que meu filho tenha o seu despertar, porque senti dentro do meu lar, a dor imensa de um familiar que está perdendo o seu ente querido e não tem o que fazer,que o que pode fazer é ficar do lado, dar carinho, atenção e muita oração.

 Agora é curar as feridas, aguardar o tempo para ver como meu filho ficará(que é o nosso maior medo) e agradecer por mais esta oportunidade que tivemos para aprender, para crescer, para nos unir ainda mais e orar muito ao poder superior que o pai dos meus filhos fique bem , esteja onde estiver.





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