Filho Dependente Químico: Amor ou Ódio?

Oi gente!

Este texto é de 2013, mas muito atual.

Amor e ódio são sentimentos tão opostos, que parecem estar tão distantes, no entanto a convivência com um dependente químico é algo tão complexo onde esses sentimentos se misturam e se confundem.
O amor de pais para com os filhos é um sentimento tão intenso, despertado antes mesmo do seu nascimento. É um amor sublime capaz de fazer com que os pais dediquem a vida por eles, que se coloquem em segundo plano, desejando-lhes o que há de melhor, buscando proporcionar-lhes uma vida plena e de sucesso. Verdadeiros pais são capazes de dar a vida por um filho.
Apesar de todo esse amor, por razões diversas, muitos filhos se desviam no caminhar da existência e acabam se envolvendo com o uso de substâncias entorpecentes.
As drogas afetam a família com capacidade suficiente a ponto de um pai não reconhecer mais o filho. Toda a delicadeza e inocência da infância desaparecem cedendo lugar as hostilizações, as grosserias, as ameaças. Eles não os ouvem mais e rejeitam a presença familiar. Surge o caos, as confusões, as loucuras.
Mesmo enfrentando todos os problemas possíveis, o amor dos pais ainda prevalece com muita intensidade, entretanto também surgem outros sentimentos como a decepção, a raiva e o ódio. Essa mistura meche profundamente com os genitores que ora se culpam por esses sentimentos negativos, ora se frustram por perceber que todo o amor dedicado ao filho não foi suficiente para preservá-lo das drogas. Como lidar com isso?
É importante compreender que um pouco de raiva e ódio são sentimentos naturais mediante as decepções enfrentadas e não devemos nos culpar por isso, entretanto é necessário cuidar para que esses não sejam sentimentos dominantes a ponto de superar o amor. Para tanto precisamos possuir o domínio de nossas atitudes e comportamentos, não permitindo que a raiva nos impulsione a fazer loucuras, como fazer uso de violência, brigar, entrar em estado de histerias, quebrar objetos da casa ou até mesmo pensar ou atentar contra a própria vida.
Atitudes descontroladas em nada ajudam na busca da solução do problema, pelo contrário, comportamentos desequilibrados movidos pelo do ódio, geram mais ódio e onde esse sentimento domina a tragédia torna-se um perigo iminente.
No enfrentamento do desafio é importante que o amor prevaleça, entretanto não deve ser um amor gratuito. Mais do que belo, o amor precisa ser sábio e essa sabedoria tem seu início a partir do momento em que aprendemos também o amor próprio como proteção dos desajustes do outro.
Amar um filho não significa aceitar ser mal tratado, ofendido ou magoado, muito menos concordar com tudo aquilo que ele faz de equivocado. Não podemos utilizar o amor como justificativa para aceitar todo e qualquer desequilíbrio dos filhos. O programa Amor-Exigente utiliza em seus trabalhos uma frase muito interessante que diz: “Eu amo você, mas não amo aquilo que você faz de errado”.
No enfrentamento do problema, a raiva não deve servir para cometermos loucuras, mas podemos usá-la como força que nos impulsione a buscar solução ao desafio com garra e determinação sem nunca desistir de um filho e jamais esquecer que o amor deve nortear nossas condutas, entretanto é importante que seja um amor sábio e equilibrado, um amor exigente.


Texto de Celso Garrefa
Amor-Exigente de Sertãozinho SP
Postado há 25th September 2013 por Celso Luís Garrefa


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