Sobre a Comunidade Terapêutica Acolher
Olá gente!
Muitas pessoas me perguntam sobre a CT Acolher e hoje trago mais informações sobre este local, sobre o programa terapêutico.
A CT fica localizada no município de Gravataí no Rio Grande do Sul.
A Comunidade Terapêutica
Acolher tem como objetivo atender jovens adultos em situação de risco
social, dependentes de drogas e de álcool em regime de acolhimento residencial
em comunidade terapêutica. A ONG fica localizada no município de Gravataí, Rio
Grande do Sul, conta com amplo espaço, para a reinserção social das pessoas com
tais problemas.
Busca eliminar o uso de drogas possibilitando ao acolhido uma nova inclusão social através da convivência com outros que também buscam sanar o problema com a dependência química. Utiliza da psicoterapia individual e grupal, atividades de promoção do autocuidado, sociabilidade e espiritualidade. Para que haja eficácia no tratamento o fator “mudança” é o caminho certo a seguir, que, inicialmente tem duração de 9 meses.
1
- Atividade do psicólogo
1.1 – Acolhimentos / Integração
A inserção do novo acolhido na instituição se faz mediante uma passagem na casa de integração. Sendo um espaço onde algumas questões são sugeridas ao novo acolhido, assim registradas em seu prontuário que é aberto no momento de seu ingresso. Neste período, há esclarecimentos sobre o local, seu funcionamento, a fim de facilitar sua acolhida.
Na casa de integração é ensejado a
conscientização do novo acolhido frente a sua própria trajetória (história
pessoal), sua doença, sua patologia e a necessidade de tratamento, assim o
acolhido tende a pensar sobre como chegou até a instituição e o que espera de
seu tratamento, neste momento trata se de uma acolhida.
1.1.1 – Pronto Atendimento
O momento em que o acolhido chega
pode significar situação ansiogênica, afinal, o mesmo está ali para abster-se
da droga, para iniciar um tratamento, ou seja, iniciar uma fase diferente
daquilo que vem vivendo. Sendo assim, o pronto-atendimento, embasado na
psicoterapia de apoio de curta duração, direcionado a situações de crise, é uma
sugestão. Esse tipo de intervenção reforça determinadas funções do ego por meio
da influência do terapeuta sobre o paciente, do incentivo e do aumento do
autoconhecimento. Esse tipo de terapia controla crises agudas isoladas.
1.2 – Atendimentos
Individuais
Neste quesito é feita uma abordagem
que é mais específica, breve e focada no problema atual do acolhido, e é na
psicoterapia fundamentada na Terapia Cognitivo Comportamental, que se baseia a
indicação para o atendimento terapêutico.
1.3 – Grupos
Operativos
Tem como objetivo desenvolver a
capacidade do indivíduo de trabalhar em equipe.
Eliminando o foco no ensinar, e
direcionando o foco no “aprender a aprender”, cabendo aqui um campo especifico
chamado grupo de reflexão.
Assim, o indivíduo aprende a pensar,
observar e escutar, tendo uma percepção social que consiste na capacidade de
ver e interpretar o comportamento de outros indivíduos, o que é essencial para
a interação social.
A reciprocidade é base, do qual todos
fazem parte e ninguém é melhor ou pior que o outro.
Outro objetivo seria tratar sua
reinserção social e a reeducação, de maneira que se construa um sujeito crítico
e pensante, dando conta de si mesmo e de suas coisas.
1.4 – Grupos
Terapêuticos
Esta modalidade grupal subdivide-se
em “de autoajuda” e ”psicoterápico”. O grupo psicoterápico estaria mais
dirigido ao insight. Penso ser importante ressaltar que o grupo de reflexão
ainda que não siga regras básicas para ser terapêutico, exerce uma definida ação
terapêutica trazida nas modificações, nas atitudes e nas condutas dos
integrantes do grupo.
Incentiva os participantes para que
possam se expressar não mais através da atuação, mas através da palavra. É um
momento de refletir junto ao grupo e de verbalizar suas fissuras, medos,
fragilidades, necessidades e dificuldades, podendo haver troca de experiências
e de percepções entre os integrantes.
O psicólogo intervém pontuando,
interpretando, remetendo o participante às suas questões, reforçando o que diz
desejar, estabelecendo limites, auxiliando-os na sustentação de projetos
pessoais e no reconhecimento de seu esforço pessoal e de suas potencialidades.
Os grupos devem ser organizados
criteriosamente, conforme a demanda, pelo psicólogo.
1.5 - Dinâmica de
Grupo
O psicólogo utiliza técnicas de grupo
para avaliar os movimentos que são percebidos no grupo durante todas as
atividades: agressividade, conversas paralelas, lideranças, etc.
2 - Atividades do
médico psiquiatra
2.1 – Avaliações médica psiquiátrica
2.2 – Prescrição de medicação quando
necessário na forma de acompanhamento em fase de desintoxicação.
2.3 – Atividades em grupo
(aprendizagem, palestra)
3 - Atividades do
assistente social
3.1 – Atendimentos familiares
3.2 – Grupos multifamiliares
3.3 – Contatos com a rede social e
encaminhamentos
4 - Atividades do
Educador Físico
4.1 – Avaliações físicas dos
residentes
4.2 – Prescrições de atividades
desportivas ou recreativas
4.3 – Acompanhamentos durante atividades
relativas a esporte e lazer
5 - Atividades do
Nutricionista
5.1 – Avaliações nutricionais
5.1.1 – Peso e altura
5.1.2 - Anamnese
5.2 – Elaborações dos cardápios
5.3 – Orientações ao residente e a
instituição sobre procedimentos dentro das normas da Vigilância Sanitária.
6 - Atividades da
Enfermagem
6.1 – Todos os atendimentos são
feitos no posto de saúde mais próximo da Comunidade.
7 - Atividades do
Monitor
7.1 – Organizações gerais das
tarefas, cronogramas, atividades em geral.
7.2 – Suportes emocionais aos
residentes
7.3 – Acompanhamentos sobre os
aspectos inerentes ao tratamento como disciplina, respeito, afetividade, etc.
7.4 – Contatos com os familiares do
residente no sentido de orientação
8 – Atividades da
equipe técnica
8.1 - Reuniões de Equipe Interdisciplinar
Objetivos:
- avaliar e descentralizar
informações, perpassando as mesmas por todos os membros da equipe, o que
favorece a aquisição de uma compreensão mais ampla dos diferentes momentos dos
residentes no tratamento;
- estimular o trabalho e as trocas
entre a equipe, através da discussão e sugestão de ideias;
- estabelecer enquadre e atitudes
técnicas e eticamente coerentes entre os membros da equipe;
- propiciar o questionamento a
respeito das dificuldades emergentes do momento tanto do grupo de residentes
como os da própria equipe e obter esclarecimentos, percepções e buscar soluções
viáveis, conjuntamente;
- interdisciplinaridade significa
trocar saberes, crenças, experiências diferentes. Não significa perder a
própria identidade de trabalho, mas ter a noção das fronteiras que distinguem
os diferentes campos de conhecimento.
8.2 – Seminários
Visa maior conhecimento e consequente
integração entre a equipe e a instituição, proporcionando troca de ideias,
discussão de casos, produção de conhecimento, revisão de bibliografias.
Relacionar teoria e prática.
8.3 – Grupos
Temáticos Semanais
Interessante para o desenvolvimento
dos trabalhos em torno da dependência química bem como o preparo do residente
para a inserção social. Assim, acredito que se cada um dos técnicos e, mesmo o
monitor, elaborasse material temático quinzenalmente para apresentar ao grupo
de residentes, o suporte para a instituição seria maior.
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