Vivenciando a minha codependencia
Oi gente!
No post anterior (leia aqui), eu disse que iria falar do meu adicto (notícias) e aí fiquei pensando, tenho que falar como ele está (limpo, recaído, se teve alguns resbalos) afinal o que sempre nós condependentes queremos saber é se um adicto está limpo ( e o que fez para conseguir isso), o tempo que ele está limpo e ou porque está recaído, como foi a recaída.
Baseada nisso fiz duas analises bem interessantes que quero dividir com vocês.
A) Como falar de alguém que não convivo diariamente? Como falar de alguém que eu não vejo ( sabemos que nós familiares ( e penso que principalmente as mães)olhamos para nossos adictos e já sabemos se está tudo bem ou não ( e aqui entra diversos fatores ( o olhar, se está magro,olhamos os dedos das mãos, os dentes. Fizemos uma análise de raio X e já temos o diagnóstico). Eu penso que só devemos falar aquilo que temos certeza pois aqui é um veículo onde as pessoas buscam ajuda, consolo, portanto minha responsabilidade é grande pois posso estar prejudicando alguém.
Então meus caros leitores baseado nisso o que eu posso dizer sobre meu filho é: Não posso arriscar nenhuma resposta. Imagina se eu posto que ele está recaído e ele não está? Imagina se eu posto que ele teve um resbalo e ele está lá no fundo do poço sem eu saber? Complicados amigos e espero não decepciona-los! Mais é a realidade.
O que eu posso afirmar é que tenho meus mecanismos (como nós familiares viramos detetives quando temos um adicto em casa, ainda mais nós mulheres!) para que eu fique sabendo da caminhada dele. O que eu faço é analisar, observar, as conversas que temos, com que frequência falamos (parece besteira mais como moramos longe isso é um termômetro pra mim - quando ele "some" do telefone algo não anda bem.
Analiso até certas palavras que ele me fala quando pergunto algo.
As vezes a esposa dele (que não busca recuperação e muito menos entender a doença) que daí eu falo "ah! aí tem coisa errada".
O que eu posso dizer hoje é que algum resbalo aconteceu desde a última internação relâmpago dele (que eu confesso que não recordo se foi em meados de outubro ou início de novembro de 2017. Não posso dizer para vocês que ele está recaído ( em uso) eu não sei, não vi a droga com ele, não olhei nos olhos dele, não observei como ele está fisicamente. Mas alguém que já leu o post anterior pode perguntar: " mais Neusinha tu esteve com ele em dezembro não conseguiu descobrir? Não! Eu não tive a certeza absoluta sabem porque? Porque ele poderia estar usando e por saber que eu estaria na cidade dele ter parado por um período. (mais isso é possível?) Não sei! Eu acredito que sim, que se a pessoa não está na compulsão pode dar uma "segurada" no uso.
Os indícios das coisas que eu sei leva a crer que sim ele estava usado ou está usando mais nada pode ser afirmativo pois como já falei,não o vejo, ele me diz uma coisa a esposa outra ( e ela não é muito confiável). A algumas semanas atrás ele esteve aqui na minha cidade, fiquei sabendo somente a noite pois ele não me avisou. Isso PRA MIM (prestem atenção amigos leitores, meu caso! não pode ser generalizado) é um sinal de que as coisas não estão bem, pois da última vez que ele esteve aqui para a consulta do bebê ele começou a me mandar mensagem as 6 da manhã quando saiu da cidade dele e aí agora ele " esqueceu" de me falar que o baby tinha consulta? Sendo que sempre pergunto como ele está?
Estudando todo estes anos aprendi que alguns detalhes nos mostram quando as coisas não vão bem. Eu sei até quando meu filho fala "aham""que mãe?" "alô, alô não tô te ouvindo" se é porque as coisas estão bem ou se ele está escondendo algo mais isso amigos é porque eu busquei saber muito sobre adicção e porque conheço o filho que tenho (conheço mais tenho que me cuidar senão ele me manipula pois eles tem a arte da manipulação.
B) Outro ponto e que é de suma importância é como nós ( codependentes) somos doentes e controladores caramba! E como nós vamos longe com o nosso pensamento, como eu disse antes viramos detetives e muitas vezes exageramos o que pode levar a um grande erro pois dentro da nossa neura de querer saber se está bem ou não, a gente pensa mil coisas e podemos, por exemplo, dizer que o familiar está recaído e ele pode é estar passando por uma dificuldade pois eles tem muitas dificuldades porque não é nada fácil ficar longe das droga e aí fizemos uma cena terrível com nosso adicto e as vezes não é nada.
O que quero dizer com isso que precisamos nos tratar porque não é nada fácil conviver com um adicto. As vezes estamos vendo que as atitudes, o caminho que eles estão indo vai dar ruim e eles insistem e aí mais lá na frente vem a recaída. As vezes somos alertados que nosso familiar está com um comportamento inadequado para uma recuperação mais então dizemos para nós mesmos "vai ser diferente! ele não terá recaídas!
Outro exemplo da nossa doença: atraso para chegar em casa. Caramba! Isso é uma tortura, já imaginamos mil coisas e as vezes eles só pegaram um congestionamento no trânsito e nós estávamos como? desesperadas, com palpitações e já pensando que ele não vai voltar pra casa que temos que buscar uma internação.
Uma tortura para nós codependentes é quando eles não atendem o celular. Já na primeira vez dá um friozinho na barriga, na segunda já temos mil pensamentos e na terceira vez que não atende já definimos que ele está usando, que vendeu o celular e entramos em paranoia ( gente e essas 3 tentativas de falar com ele se dá em questão de segundos,não esperamos pelo menos 15 minutos para ligar a segunda vez ou a terceira vez). E aí o que pode ter acontecido é: celular estava no silencioso porque ele estava no ambiente de trabalho, ele estava no banho e deixou celular em outro comodo da casa.
Queridos leitores chega a ser ilário este exemplo mais é a mais pura realidade( pergunte para algum codependente se isso não acontece e se você é um codependente vai me entender direitinho)
E sabe o que devemos fazer NOS TRATAR! Isso mesmo cuidar da gente, cuidar da nossa ansiedade, da nossa codependência, cuidar da nossa vida, ter cautela ao falar algo, cautela ao tirar conclusões.
Posso dizer pra vocês que não é fácil mais como sempre falo é possível, recaímos? Sim! Nós recaímos mais Deus é tão justo com a gente que temos a oportunidade de levantar e começar de novo.
Eu como mãe de adicto e sabendo dos leitores que por aqui passam queriam muito poder dizer "meu filho está limpo, meu filho está limpo a tanto tempo" Mas não posso afirmar nada então penso que é melhor dizer que não apesar de achar que as coisas não andam bem (também sofro da minha codependencia e também sempre espero que esteja bem e espero uma "prova concreta" para dizer "é infelizmente ele recaiu" . E isso eu também não posso afirmar, mais achei bacana fazer este post porque eu fiquei dias pensando o que escrever de notícias dele.
Uma coisa muito boa que posso falar é que quando estivemos junto em meados de dezembro, perto da gente ele estava bem, aproveitamos bem, matamos a saudades e isso tenho que levar comigo, dentro do meu coração, afinal ele é meu filho amado.
E eu sigo aqui acreditando muitoooooo na recuperação. Acreditando que um dia, não sei quando, vou dizer e contar"tenho certeza que meu filho está limpo, vencemos esta batalha". E quando será este dia? Não sei! Pode ser daqui a 6 meses, um ano,30 anos,pode nem ser neste estágio evolutivo ainda. Mas tenho a certeza dentro de mim que este dia ainda vai chegar.
Até lá vamos seguindo a vida, caindo e levantado, aproveitando cada momento, nunca esquecendo que preciso aprender muito ainda sobre este mundo da adicção e da codependencia!
Espero imensamente ter ajudado alguém nem que seja um pouquinho.
Beijo coração.
Tá lendo este post e é um codependente? Quer participar do nosso grupo no whats? Deixe numero do fone com DDD que eu adiciono no grupo!
No post anterior (leia aqui), eu disse que iria falar do meu adicto (notícias) e aí fiquei pensando, tenho que falar como ele está (limpo, recaído, se teve alguns resbalos) afinal o que sempre nós condependentes queremos saber é se um adicto está limpo ( e o que fez para conseguir isso), o tempo que ele está limpo e ou porque está recaído, como foi a recaída.
Baseada nisso fiz duas analises bem interessantes que quero dividir com vocês.
Então meus caros leitores baseado nisso o que eu posso dizer sobre meu filho é: Não posso arriscar nenhuma resposta. Imagina se eu posto que ele está recaído e ele não está? Imagina se eu posto que ele teve um resbalo e ele está lá no fundo do poço sem eu saber? Complicados amigos e espero não decepciona-los! Mais é a realidade.
O que eu posso afirmar é que tenho meus mecanismos (como nós familiares viramos detetives quando temos um adicto em casa, ainda mais nós mulheres!) para que eu fique sabendo da caminhada dele. O que eu faço é analisar, observar, as conversas que temos, com que frequência falamos (parece besteira mais como moramos longe isso é um termômetro pra mim - quando ele "some" do telefone algo não anda bem.
Analiso até certas palavras que ele me fala quando pergunto algo.
As vezes a esposa dele (que não busca recuperação e muito menos entender a doença) que daí eu falo "ah! aí tem coisa errada".
O que eu posso dizer hoje é que algum resbalo aconteceu desde a última internação relâmpago dele (que eu confesso que não recordo se foi em meados de outubro ou início de novembro de 2017. Não posso dizer para vocês que ele está recaído ( em uso) eu não sei, não vi a droga com ele, não olhei nos olhos dele, não observei como ele está fisicamente. Mas alguém que já leu o post anterior pode perguntar: " mais Neusinha tu esteve com ele em dezembro não conseguiu descobrir? Não! Eu não tive a certeza absoluta sabem porque? Porque ele poderia estar usando e por saber que eu estaria na cidade dele ter parado por um período. (mais isso é possível?) Não sei! Eu acredito que sim, que se a pessoa não está na compulsão pode dar uma "segurada" no uso.
Os indícios das coisas que eu sei leva a crer que sim ele estava usado ou está usando mais nada pode ser afirmativo pois como já falei,não o vejo, ele me diz uma coisa a esposa outra ( e ela não é muito confiável). A algumas semanas atrás ele esteve aqui na minha cidade, fiquei sabendo somente a noite pois ele não me avisou. Isso PRA MIM (prestem atenção amigos leitores, meu caso! não pode ser generalizado) é um sinal de que as coisas não estão bem, pois da última vez que ele esteve aqui para a consulta do bebê ele começou a me mandar mensagem as 6 da manhã quando saiu da cidade dele e aí agora ele " esqueceu" de me falar que o baby tinha consulta? Sendo que sempre pergunto como ele está?
Estudando todo estes anos aprendi que alguns detalhes nos mostram quando as coisas não vão bem. Eu sei até quando meu filho fala "aham""que mãe?" "alô, alô não tô te ouvindo" se é porque as coisas estão bem ou se ele está escondendo algo mais isso amigos é porque eu busquei saber muito sobre adicção e porque conheço o filho que tenho (conheço mais tenho que me cuidar senão ele me manipula pois eles tem a arte da manipulação.
B) Outro ponto e que é de suma importância é como nós ( codependentes) somos doentes e controladores caramba! E como nós vamos longe com o nosso pensamento, como eu disse antes viramos detetives e muitas vezes exageramos o que pode levar a um grande erro pois dentro da nossa neura de querer saber se está bem ou não, a gente pensa mil coisas e podemos, por exemplo, dizer que o familiar está recaído e ele pode é estar passando por uma dificuldade pois eles tem muitas dificuldades porque não é nada fácil ficar longe das droga e aí fizemos uma cena terrível com nosso adicto e as vezes não é nada.
O que quero dizer com isso que precisamos nos tratar porque não é nada fácil conviver com um adicto. As vezes estamos vendo que as atitudes, o caminho que eles estão indo vai dar ruim e eles insistem e aí mais lá na frente vem a recaída. As vezes somos alertados que nosso familiar está com um comportamento inadequado para uma recuperação mais então dizemos para nós mesmos "vai ser diferente! ele não terá recaídas!
Outro exemplo da nossa doença: atraso para chegar em casa. Caramba! Isso é uma tortura, já imaginamos mil coisas e as vezes eles só pegaram um congestionamento no trânsito e nós estávamos como? desesperadas, com palpitações e já pensando que ele não vai voltar pra casa que temos que buscar uma internação.
Uma tortura para nós codependentes é quando eles não atendem o celular. Já na primeira vez dá um friozinho na barriga, na segunda já temos mil pensamentos e na terceira vez que não atende já definimos que ele está usando, que vendeu o celular e entramos em paranoia ( gente e essas 3 tentativas de falar com ele se dá em questão de segundos,não esperamos pelo menos 15 minutos para ligar a segunda vez ou a terceira vez). E aí o que pode ter acontecido é: celular estava no silencioso porque ele estava no ambiente de trabalho, ele estava no banho e deixou celular em outro comodo da casa.
Queridos leitores chega a ser ilário este exemplo mais é a mais pura realidade( pergunte para algum codependente se isso não acontece e se você é um codependente vai me entender direitinho)
E sabe o que devemos fazer NOS TRATAR! Isso mesmo cuidar da gente, cuidar da nossa ansiedade, da nossa codependência, cuidar da nossa vida, ter cautela ao falar algo, cautela ao tirar conclusões.
Posso dizer pra vocês que não é fácil mais como sempre falo é possível, recaímos? Sim! Nós recaímos mais Deus é tão justo com a gente que temos a oportunidade de levantar e começar de novo.
Eu como mãe de adicto e sabendo dos leitores que por aqui passam queriam muito poder dizer "meu filho está limpo, meu filho está limpo a tanto tempo" Mas não posso afirmar nada então penso que é melhor dizer que não apesar de achar que as coisas não andam bem (também sofro da minha codependencia e também sempre espero que esteja bem e espero uma "prova concreta" para dizer "é infelizmente ele recaiu" . E isso eu também não posso afirmar, mais achei bacana fazer este post porque eu fiquei dias pensando o que escrever de notícias dele.
Uma coisa muito boa que posso falar é que quando estivemos junto em meados de dezembro, perto da gente ele estava bem, aproveitamos bem, matamos a saudades e isso tenho que levar comigo, dentro do meu coração, afinal ele é meu filho amado.
E eu sigo aqui acreditando muitoooooo na recuperação. Acreditando que um dia, não sei quando, vou dizer e contar"tenho certeza que meu filho está limpo, vencemos esta batalha". E quando será este dia? Não sei! Pode ser daqui a 6 meses, um ano,30 anos,pode nem ser neste estágio evolutivo ainda. Mas tenho a certeza dentro de mim que este dia ainda vai chegar.
Até lá vamos seguindo a vida, caindo e levantado, aproveitando cada momento, nunca esquecendo que preciso aprender muito ainda sobre este mundo da adicção e da codependencia!
Espero imensamente ter ajudado alguém nem que seja um pouquinho.
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