COMPORTAMENTOS ADICTIVOS
Os comportamentos
adictivos são fatores biopsicossociais e ambientais, adotados e desenvolvidos
ao longo da vida e progressivamente de forma a suportar a pressão, problemas ou
tensão do dia-a-dia. São hábitos aprendidos e seguidos por alguma
gratificação emocional, normalmente um alívio de ansiedade e/ou angústia. São
hábitos mal adaptativos que já foram executados inúmeras vezes e acontecem
quase automaticamente.
Podem passar
despercebidos ao próprio indivíduo, incluindo a família, e reforçam a
gratificação imediata, a impulsividade, a autocrítica reduzida e a Ilusão.
Na dependência química, o
comportamento adictivo é um dos fatores que muitas vezes involuntariamente
denunciam os usuários de drogas.
Como a adicção é uma
doença sem cura e, em muitos casos, as famílias levam anos para perceber que
tem um dependente químico em casa, é bom observar tais tipos de comportamentos.
Até mesmo uma parte dos
dependentes químicos já recuperados têm uma tendência a repetir os
comportamentos adictivos. Em muitas casos o dependente químico fica “limpo”,
mas as vezes pode acabar desenvolvendo outras compulsões, o que indica que
apenas migrou da compulsão de drogas por outra qualquer (sexo, comida, jogos,
gastos etc.).
O processo de dependência
é uma síndrome de características psicológicas e comportamentais que se
expressa em cada indivíduo de forma particular, mas que exibe uma
impressionante semelhança entre indivíduos dependentes, independentemente das
suas circunstâncias específicas.
Segundo Paulo César
Freitas Silveira, conselheiro técnico em dependência química e gerente
comercial da clínica Grand House, que contribuiu para este artigo, os
comportamentos adictivos estão todos interligados:
“Perante o programa de doze
passos, que utilizamos na Grand House, a doença se divide em três aspectos: o
físico, que é a compulsão, o aspecto mental, que é a obsessão e o aspecto
espiritual, que é o egocentrismo”.
Paulo César explica que a
obsessão são os pensamentos repetitivos relacionados não somente ao uso, mas
que se manifestam em outras áreas da vida do adicto, como trabalho, relações
afetivas, etc. Quando se coloca um pensamento na mente pode se tornar escravo.
A compulsão, como aspecto físico, seria o gatilho acionado mediante a
utilização de alguma substância.
O egocentrismo, ainda
segundo Paulo César, nos leva a acharmos que estamos sempre certos, já que uma
mente egocêntrica não pode conceber nada maior ou mais importante do que ela
própria.
Outros comportamentos
como a impulsividade, o sempre agir sem pensar, fazem parte também de
comportamentos adictivos: “O adicto tem o mecanismo da seguinte forma: pensa,
sente e age. As pessoas não adictas normalmente: pensam, sentem, elaboram as
ideias e então agem.
A autocrítica reduzida
também é um dos aspectos fortes do comportamento adictivo: “Não importa o que
os outros falem ao meu respeito”. A autocrítica reduzida funciona como um
sistema de defesas psicológicas que, como se tratasse de uma fortaleza, protege
o indivíduo de reconhecer a natureza prejudicial de suas atitudes e, por isso,
muitas vezes, leva à ocultação da continuação do processo de dependência.
Aí podemos abordar também
a negação, que não deixa o adicto olhar para si mesmo como um todo e sim como
se fosse um ser fragmentado.
Outras características
que distinguem o comportamento adictivo são:
•Obsessão relevante,
atribuição de uma importância anormal ou patológico de uma substância ou de um
comportamento;
•Persistência, rigidez,
inflexibilidade, estereotipia e repetição do comportamento particular;
•Imunidade em relação a
consequências adversas e resistência à modificação do comportamento;
• A pessoa pensa
constantemente no objeto, atividade, ou substância.
•Dificuldades nas
relações interpessoais como consequência da adição (problemas físicos, trabalho
ruim ou desempenho estudo, problemas com amigos, familiares, colegas de
trabalho).
•Irritabilidade,
ansiedade, agitação ou perda de controle;
•Baixa autoestima e
depressão.
Todos estes
comportamentos estão muitos integrados, como se fosse uma cadeia alimentar onde
um comportamento doente se alimenta do outro.
Não existe uma solução
simples, cada caso é um caso, mas através dos avanços recentes de investigação
clínica e da experiência empírica acumuladas a progressão destes comportamentos
pode ser descontinuada através do tratamento sério e de qualidade, da
abstinência e do processo de recuperação juntamente com um novo modo de vida.
Se você se enquadra neste
perfil ou tem algum familiar vivendo desta forma, peça ajuda hoje!
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