Mais um doente acorrentado

Amigos,
Este acontecimento é mais um de tantos que acontecem diariamente.
O desespero de uma mãe para preservar a vida de um filho é tanto que ela acaba agindo desta forma.
A pergunta em questão é onde estão as políticas públicas para dependentes químicos?
Como uma mãe assalariada conseguirá custear um tratamento? Vaga social é algo difícel, demorado, muitas vezes a cidade onde as pessoas moram não tem clínica/hospital que faça tratamento pelo SUS e então a família precisa buscar ajuda em cidades vizinha, mas como ela fará isso se a mesma não tem condições financeiras?
Desde 2013 eu conheci um mundo fantástico, onde as pessoas se unem para ajudar umas as outras, onde uma rede é formada e todos lutam, por exemplo, para conseguir uma vaga social ou qualquer tipo de tratamento e o lindo de tudo isso é que na maioria das vezes estamos ajudando quem nunca vimos, estamos ajudando, por exemplo, alguém que está lá no extremo do país.
Dentro do meu segmento religioso eu aprendi e acredito muito que a dor nos faz crescer e é exatamente isso que vejo nesse universo do mundo das drogas,  tão triste e ao mesmo tempo tão unido.
Mas precisamos de mais! Precisamos que políticas públicas melhores, precisamos que as pessoas tenham outra visão da dependencia química, precismoa de união, de caridade e menos julgamento.
Leiam o relato desta mãe e reflitam: "O que eu como sociedade posso fazer para ajudar!"

Quem estava sendo maltratada era eu, que sofria ao ver minha filha entregue às drogas. Eu prendi ela em casa por amor. Eu fiz isso pelo bem dela". Este foi o desabafo da auxiliar de cozinha, de 43 anos, que irá responder por maus-tratos por ter acorrentado a filha usuária de drogas, de 17 anos, em casa por 43 dias, na Zona Norte de Sorocaba (SP).

O caso veio à tona após a Guarda Civil Municipal receber uma denúncia anônima de que a mulher mantinha a jovem presa a uma corrente. Uma equipe foi ao local com o Conselho Tutelar e encontrou a jovem acorrentada pelo tornozelo, presa a um guarda-roupa.

Em entrevista ao G1 nesta terça-feira (20), a mãe - que pediu para não ter a identidade revelada - contou sobre o sofrimento de lidar com o vício da filha, alegando que prendê-la foi um ato de desespero. Segundo a mulher, a adolescente corria perigo se permanecesse nas ruas, por continuar consumindo drogas e por ser cobrada por traficantes de uma dívida de R$ 2 mil.

"Não me sinto mal pelo que fiz. Eu fiz uma coisa que eu tinha que fazer para o bem da minha filha. Se precisasse, eu faria de novo. Uma pessoa quando quer usar drogas, ainda mais uma adolescente, é capaz de qualquer coisa", desabafa a mãe.

'Estava acorrentada, mas estava segura'
Assim que o caso foi descoberto, a GCM e o Conselho Tutelar levaram a auxiliar de cozinha a um plantão policial da cidade, onde a ocorrência foi registrada e o delegado a autuou por maus-tratos. Como o crime não cabe prisão em flagrante, a mulher vai responder ao processo em liberdade.
No mesmo dia, a jovem foi recolhida a um abrigo mantido pela Prefeitura de Sorocaba para receber os cuidados necessários. Porém, depois de três dias a adolescente fugiu, e foi a mãe que a encontrou vagando pelas ruas da cidade, totalmente desorientada.
"Foi desesperador encontrá-la daquele jeito. Tiraram ela de mim, armaram toda aquela confusão, para depois eu encontrá-la assim na rua? Se não fosse um vizinho meu avisar que a viu vagando, eu nem ia ficar sabendo que ela tinha fugido. Eu me senti pior do que já estava. Comigo ela estava acorrentada, mas estava segura, sob o meu olhar."
A mãe conta que tentou levá-la a um hospital ou mesmo para o Conselho Tutelar, mas que, por conta do feriado prolongado da semana passada, não encontrou ninguém para lhe ajudar. Diante da situação, foi embora com a filha para casa. Ela admite que pensou em acorrentar a jovem novamente para evitar uma fuga, mas desistiu por conta da repercussão do caso.
No entanto, a adolescente fugiu novamente no fim de semana e a mãe, de novo, conseguiu resgatá-la. Somente no domingo (18) a adolescente foi internada na Santa Casa de Sorocaba, segundo a mãe, onde passa por um processo de desintoxicação, enquanto aguarda uma vaga em uma clínica especializada no tratamento de dependentes químicos.
  

Fonte: SIte G1.globo.com


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